
Vilma Santin, presidente do PSDB-Mulher de Piracicaba valoriza o papel das mulheres ao longo da história
A história da mulher dentro da sociedade é expressa por muitas lutas e reivindicações que se iniciaram ainda na antiguidade. E falar em mulher não é so relatar o fato, muito importante, porém, já conhecido por todos, das mulheres que foram queimadas quando buscavam melhores condições de trabalho. Para falar de mulher, é preciso conhecer sua história é necessário cruzar a linha do tempo. Por exemplo, as etruscas foram consideradas as primeiras feministas. Elas saíam livremente de casa e participavam das festas ao lado dos seus companheiros; em Atenas, a mulher vivia em casa e tinha direito à educação familiar; na pré-história, apareceram as Vênus de Willendorf, de Brassempoury e a Vênus de Predmost. A civilização egipícia apresenta fortes deusas como Isis, irmã e esposa de Ósíris, mãe de todos os faraós. Em Roma, a mulher podia freqüentar as escolas elementares e tinham direito a educação posterior. A principal ocupação era com trabalhos femininos. O vínculo matrimonial era considerado extremamente importante, tanto que a separação e o segundo casamento não eram bem vistos. No período medieval as mulheres que praticavam cura ou desafiavam as ordens da igreja eram queimadas na fogueira pela inquisição. Na década de 60, foi o período que o movimento feminista gritou mais alto. O desenvolvimento da pílula anticoncepcional por médicos americanos incentivados pelas feministas Margareth Sanger e pela milionária Katharine Mccormick, que os financiou. Foi uma invenção de impacto que contribuiu para a revolução sexual dos anos 60/70.
A criação do filtro de papel Melitta, pela alemã Mellita Bentz. Patenteou em 1908 e seu marido Hortz criou a Melitta do Brasil, em São Paulo, em 1968. Em 1951, o aparecimento da fralda descartável criada pela americana Marion Donova. Coco Chanel, estilista francesa que definiu o conceito de elegância no século 20. Inventou a bijuteria fina, a bolsa a tiracolo, o perfume Chanel 5, os sapatos bicolores , o tailleur e o pretinho básico. Foi também em suas mãos que a calça comprida virou roupa feminina.
As mulheres também estão presentes no Prêmio Nobel. O Nobel foi criado em 1901 e depois disso 29 mulheres receberam o prêmio, contra 650 homens. Marie Curie (1867-1934), cientista francesa descobriu o elemento radioativo Rádio em 1898, recebeu Nobel de Física e Química. Madre Teresa de Calcutá (1910-1997) é uma das personalidades que melhor representou a luta pela paz no século XX. Prêmio Nobel da Paz em 1979, obteve o reconhecimento às inúmeras obras em favor dos necessitados. Em Nova York, criou o primeiro centro para as vítimas de Aids. Bárbara Mcclintock (1902-1922), foi a primeira mulher, botânica, a ganhar o Nobel de Fisiologia e Medicina, em 1983, por descobertas sobre o comportamento dos genes nos cromossomos das células das plantas.
Destacamos ainda Zilda Bornschein, residente em Santa Catarina, foi a primeira mulher a pilotar um avião. Em 12 de julho de 1954 recebeu o brevê de vôo licença número 4401 do Ministério da Aeronáutica. A primeira mulher a entrar na Academia Brasileira de Letras foi Rachel de Queiróz, professora, jornalista, romancista, cronista e teatróloga, natural de Fortaleza, ocupou a cadeira de número 5.
Na área dos esportes Maria Lenk foi a primeira mulher brasileira a disputar uma olimpíada em Los Angeles em 1932. Quatro anos depois, seria a primeira mulher a nadar no estilo borboleta. Em 1939 bateu recordes mundiais. No vôlei Jacqueline e Sandra foram as primeiras brasileiras a ganharem medalha de ouro durante as olimpíadas de Atlanta em 1996. Na mesma olimpíada outras brasileiras ganharam medalhas: Adriana e Mônica medalha de prata para o vôlei de praia e medalha de bronze para a Equipe feminina de vôlei. A primeira enfermeira voluntária do Brasil e a precursora da Cruz Vermelha Brasileira, foi Ana Justina Ferreira Néri, nascida em Cachoeira, Bahia. Pela dedicação que sempre demonstrou aos feridos foi cognominada “Mãe dos Brasileiros”. Não poderíamos deixar de citara grande Mulher, a Doutora em antropologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, Ruth Corrêa Leite Cardoso foi pioneira no reconhecimento da emergência, na década de 1970, dos movimentos sociais que abrigavam minorias por questões de gênero, étnico-raciais ou de orientação sexual. O trabalho da antropóloga pôs em pauta a pesquisa sobre esses movimentos no meio acadêmico brasileiro. Decretou o fim da LBA (Legião Brasileira de Assistência), entidade assistencialista, tradicionalmente presidida por primeiras-damas (título de que ela não gostava e preferia não assumir). Fundou e presidiu o Comunidade Solidária, que tinha como foco o fortalecimento da sociedade civil. Para garantir a continuidade dos programas gerados nessa entidade, criou a organização não-governamental Comunitas, em que permaneceu atuante até o fim da vida.
Entre seus cargos de destaque, presidiu o conselho assessor do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) sobre Mulher e Desenvolvimento, foi membro da junta diretiva da UN Foundation e da Comissão da OIT (Organização Internacional do Trabalho) sobre as Dimensões Sociais da Globalização e da Comissão sobre a Globalização.
Feminista declarada, a favor do aborto (que considerava uma liberdade feminina), apaixonada pela cozinha e, a princípio, contrária à carreira política de FHC (com quem não se mudou para Brasília, quando ele trocou a universidade pela política em 1982) Ruth Cardoso defendia firmemente seu direto à privacidade. Considerava que dar publicidade a sua vida pessoal ou familiar era “misturar o público e o privado”.
A Constituição Federal é clara quanto aos direitos da mulher, diz que homens e mulheres são iguais em direito e obrigações, assegura que não pode haver diferença de salários, de exercícios de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. Ao longo dos anos houve certo progresso, se olharmos a posição que a mulher se encontra hoje, porém, muito aquém do que se confere na Constituição. Tal transformação aconteceu por diversos fatores: lutas políticas, concessão das empresas, mudança de comportamento, entre outros. Timidamente, a mulher começa a mostrar que tem tanta capacidade quanto ao homem, por meio de sua competência, criatividade e maneira de encarar as dificuldades e desafios. Antigamente lugar de mulher era cuidando dos filhos e vivendo em função da casa. Os tempos mudaram, embora ainda tenha esse papel e outros de rotina pode ocupar um lugar profissional na sociedade e principalmente na política. Ainda assim vem lutando pelo seu espaço e igualdade de direito no mercado de trabalho. Hoje, mais do que nunca, a mulher preocupa-se com sua independência financeira, sendo muitas vezes até arrimo de família, ou seja, exerce o papel de pai e de mãe, jornada dupla. Houve um aumento significativo de mulheres na universidade, exercendo funções que só homens exerciam. A mulher de hoje é mais politizada, organizada e conhecedora de seus direitos. Batalha, luta, não mede esforços para estar numa posição de igualdade com os homens. Finalizando, os homens que me perdoem, a mulher desse século não está de braços cruzados, com toda graça, inteligência, competência, paciência vai chegando e ainda dominará o mundo. Acredito nisso!
*Vilma Santin é presidente PSDB Mulher de Piracicaba