Eu sou vocês amanhã

31 de julho de 2015 0

Confirmado. Tudo o que a presidente Dilma Rousseff queria ao atrair para o recanto do seu lar todos os governadores do País era pedir apoio a eles para a “travessia” e para concluir o mandato em 2018. Ou seja, Dilma só queria tirar uma foto e dar um grito de socorro contra o impeachment. Seria só patético, não fosse dramático que uma presidente recém-eleita, com apenas meio ano de mandato, tenha chegado a tanto. De casaquinho azul bebê, Dilma falava para os governadores (e para o público da TV oficial) em “travessia”, “democracia”, “humildade”, “somar esforços”, “cooperação” e “parcerias”. Nos sites, as manchetes eram outras, no tom cinzento e ameaçador da crise.

O déficit das contas públicas foi de R$ 8,2 bilhões num único mês, o de junho, o que gerou um resultado negativo de R$1,6 bilhão no primeiro semestre. É o pior resultado em toda a série histórica. Mais um recorde da era Dilma. E não parou por aí, porque os juros do cartão de crédito atingiram estonteantes 372% ao ano. Ok, todo mundo sabe que endividamento com cartão é fria, mas a chamada “nova classe média” está meio perdida no paraíso com o aumento do desemprego e a queda da renda e, no aperto, pode recorrer ao cartão e cair na esparrela. Sem contar que os juros no cartão são só um aspecto dos juros escorchantes. Bem, enquanto o mundo real continuava produzindo uma notícia ruim atrás da outra, Dilma dizia aos governadores que “é preciso ter humildade para receber críticas”, mas fazia justamente o contrário, de certa forma desafiando: “Eu sei suportar pressão e até injustiça”.

Ou seja, preferiu encenar o papel de vítima, sabe-se lá de quem e de quê, a humildemente se assumir como algoz da economia. E repetiu o cardápio de sempre para tentar justificar a injustificável crise econômica: colapso do preço das commodities, desvalorização do real, crise internacional (“que continua não esmorecendo”) e a seca. A consequência de tudo isso, concluiu, foi uma forte queda na arrecadação de impostos e contribuições sociais. Digamos que, sim, há verdade nesses fatores objetivos. Mas e o fator Dilma Rousseff? Leia mais em O Estado de S. Paulo.

 


Deixe uma resposta »