A morte, neste sábado (21/06) de Rose Marie Muraro, aos 83 anos foi para o movimento feminista brasileiro uma perda mas, esta que é reconhecidamente uma referência na condução do assunto gênero pelos mais elevados patamares, deixa um valioso legado à sociedade. “Tive o privilégio de conhecer Dra. Rose Marie, participando de curso ministrado pela mestra, inclusive trazendo-a para como palestrante numa conferência para educadores na região de Assis. Lamento seu falecimento, é uma grande perda para o movimento feminista”, declarou a presidente do PSDB-Mulher SP, Almira Garms. Para a vice-presidente do Secretariado de Mulheres paulista, Nancy Ferruzzi Thame, que também integra o Secretariado Nacional do partido, a intelectual humanista permanecerá como a representante de uma nova corrente de ideias sobre gênero na política e na sociedade. “Temos dela uma missão a ser cumprida, que é a de ampliar a participação da mulher nas esferas de pensamento e de tomada de decisão pelo bem da sociedade, em todos os aspectos, somando nosso trabalho ao que ainda é em maior percentual realizado pelos homens, sobretudo na política”, afirmou Nancy.
Em entrevista concedida ao jornal O Globo, a escritora e membro da Academia Brasileira de Letras que presidiu o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher – CNDM – no então governo FHC, Rosiska Darcy de Oliveira disse: “A Rose foi um grande nome de liderança na luta de todas nós mulheres. Foi, sem dúvida, uma das pessoas mais importantes do movimento feminista, mas levou o feminismo a um campo mais amplo, ao humanismo. A contribuição dela como intelectual e como militante foram enormes. Não é possível destacar uma obra apenas, mas sim o conjunto de sua produção. Além de uma intelectual, como pessoa era uma mulher de coragem, que enfrentou uma série de tabus e desafios. Ela enfrentava uma deficiência visual muito séria, enxergava pouco, mas isso nunca a impediu de fazer nada. Viajava pelo país inteiro para participar de seminários, debates, colóquios, onde sempre usou sua inteligência e poder de convencimento para mudar o modo como pensávamos as coisas. A Rose foi uma pioneira e teve seu reconhecimento como tal.”