“O Papel que as mulheres de hoje devemos desempenhar”, por Dell Santos

7 de março de 2015 2
377749_543797128987758_870388332_n-290x160 site

Dell Santos integra a Executiva do PSDB-Mulher SP e do Tucanafro paulista

 

É importante que as mulheres tenham a clareza de compreensão de que sua luta por conquistar mais espaço em todas as esferas da vida pública e da vida profissional é algo incessante, contínuo. Não devemos nunca arrefecer nessa busca, pois por mais que consideremos ter galgado degraus, por mais que achemos que já estamos em uma melhor posição, haverá sempre algo a mais a conquistar.

Digo isso porque, embora tenhamos hoje mitigado grande parte das diferenças que o mundo sempre estabeleceu entre nosso trabalho e o trabalho masculino, ainda falta todo um oceano de desigualdades e dificuldades a transpor. Infelizmente ainda estamos longe da igualdade idealizada em termos de trabalho, por exemplo: enquanto os salários das mulheres não forem tão valorizados quanto os dos homens, é sinal de que ainda há muito  o que conquistar. Vemos mulheres por toda parte, hoje em dia: nas academias, escolas, teatros, livrarias, clubes. Vemos inúmeras mulheres nas cadeiras das grandes universidades e incontáveis mulheres nos postos de trabalho. Mas enquanto as mulheres não disputarem de igual para igual com os homens as reitorias das universidades, o destaque e o reconhecimento na profissão, as diretorias das grandes empresas, enquanto não disputarmos com equanimidade os postos mais decisivos, não nos daremos  por contentes.

E isso extrapola a vida privada, extrapola mesmo a vida profissional, chegando à vida política de uma nação. A despeito de haver, ainda hoje, alguns países do mundo em que as mulheres permanecem sendo alijadas de praticamente tudo, mesmo no ocidente mais avançado ainda ocupamos poucos postos nas esferas mais decisivas da sociedade. É hora de rompermos de vez os grilhões e provarmos que a grande maioria das atividades da vida, sejam as domésticas sejam as intelectuais, sejam as familiares sejam as profissionais, a grande maioria das atividades não respeita a sexo nem gênero.

Temos de deixar para trás os tempos em que apenas alguns grandes e inigualáveis nomes eram respeitados entre as mulheres, como Simone de Beauvoir, Madre Tereza de Calcutá, Indira Gandhi, Virgínia Wolf e mais algumas outras mulheres geniais. Não é justo que tenhamos a obrigação de ser geniais para que sejamos respeitadas e tratadas de igual para igual. Nossa luta apenas colherá frutos no dia em que as mulheres comuns, aquelas mulheres do dia a dia, as donas de casa, empresárias, estudantes e tantas outras mulheres que não foram tidas como as mais geniais da História, mas que fazem de seu dia a dia, de seu lar, de seu trabalho, de seus filhos uma bandeira defendida com amor e orgulho, no dia em que essas mulheres guerreiras forem insubmissas e tiverem igualdade de condições na disputa por um lugar ao sol. Nesse dia nossa luta estará chegando a um patamar satisfatório.

E quanto à política, enquanto as cadeiras do Poder Legislativo não mantiverem uma certa simetria de gênero não podemos nos dar por contentes, mesmo tendo os mais altos escalões ocupados por mulheres. Precisamos ocupar todas as instâncias da política nacional. A receita é essa. E enquanto isso não ocorrer jamais esmorecer. Que sirvam de exemplo os movimentos encabeçados por mulheres ao redor do mundo, como as Mães da Praça de Maio na Argentina ou mesmo as polêmicas manifestações na Ucrânia. Que nos sirvam de exemplo, também, tantas outras mulheres que lutam por um espaço ao sol em regiões do globo nas quais a realidade feminina ainda é bem pior do que aqui, como a guerreira Malala Yousafzai, que arriscou a própria vida pela importante causa do estudo para as mulheres nos países muçulmanos e acaba de ser laureada com o Nobel da Paz. Façamos nossas todas as causas das mulheres oprimidas, onde quer que estejam ao redor do mundo. Façamos nossa a causa das meninas oprimidas pelo Boko Haram, na Nigéria, e de tantas outras mulheres que estejam nesse momento sofrendo injustiças, onde quer que estejam ao redor do mundo. O século XXI não comporta mais a atitude que apequena a mulher em relação ao homem, que faz distinção de gênero ou de sexo. Estamos no século das pessoas, em que nos sentimos pessoas por primazia, e qualquer tese que vá de encontro a isso deve ser refutada.

Temos a obrigação de engrossar a presença feminina na política como instrumento para se chegar a esse mundo com o qual sonhamos. O mundo que, com garra, força, pertinácia,  conquistaremos. Estou certa disso.

*Dell Santos é da Executiva do PSDB-Mulher SP e do Tucanafro Estadual


2 Comentários »

  1. luis carlos 8 de março de 2015 às 2:14 - Responder

    Simplesmente fantástico!

  2. Mariana 29 de outubro de 2020 às 1:22 - Responder

    Divulguem maravilhoso artigo, deveriam publicar sempre. Todos os artigos dela tem conteúdo é excelente a escrita. PSDB faz tempo que não tem artigo bom tenho que ficar relendo l.

Deixe uma resposta »