O que as mulheres querem dos candidatos? Pesquisas de opinião indicam que, no Brasil, elas são mais críticas em relação à política que os homens

10 de agosto de 2016 0

Aline Moura
alinemoura.pe@dabr.com.br

Publicação: 09/08/2016 03:00

http://www.impresso.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/cadernos/politica/2016/08/09/interna_politica,151392/o-que-as-mulheres-querem-dos-candidatos.shtml

Os números revelados nas pesquisas de opinião dizem que as mulheres são mais críticas em relação à política e 2/3 acreditam que o Brasil está no rumo errado, o que afeta diretamente na escolha dos prefeituráveis. Os dados mostram, contudo, que essa falta de perspectiva com o futuro tem uma explicação: elas estão mais informadas pela internet e não enxergam respostas para seus principais problemas no atual debate político. O que elas mais querem dos prefeitos é algo subjetivo, chama-se tempo – difícil de medir e proporcionar. A luta contra o relógio é justificada porque 98% das mulheres trabalham fora e são responsáveis pelas tarefas domésticas. Elas desejam políticas públicas que se encaixem nessa necessidade, sendo capazes de melhorar a qualidade de vida desse segmento da sociedade.Segundo informações do IBGE e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a maior parte da população brasileira é de mulheres (52%), sendo 75 milhões aptas a votar. Elas são capazes de virar o placar adverso numa disputa política e de mudar o resultado de uma eleição, porém o discurso político apresentado não as convence. As informações foram apresentadas no Seminário Nacional Gênero e Raça nas Eleições Municipais de 2016. Os dados foram apresentados por três institutos de pesquisa, o Ibope, o Datafolha e o Locomotiva, sendo esse último responsável pelo levantamento sobre as demandas do sexo feminino.

O evento, que teve pouco mais de oito horas de duração, foi realizado em São Paulo, sendo proporcionado a jornalistas de todo o Brasil pelo Instituto Patrícia Galvão. Houve palestras que exploraram desde o contexto feminino no país como suas expectativas, perdas e vitórias. Também foram revelados três recortes de pesquisas sobre as mulheres.

O Datafolha trouxe, por exemplo, dados diferenciados sobre o universo feminino, uma vez que 48% não percebem as desigualdades e acreditam ter as mesmas oportunidades do sexo oposto no mercado de trabalho. Por outro lado, as pesquisas revelam que elas respeitam mais as diferenças e são menos conservadoras do que os homens.

Já Márcia Cavallari, diretora executiva de planejamento do Ibope, fez uma análise sobre o contexto político atual, dizendo que as mulheres chegam a escolher seus candidatos a dois dias da votação, sendo decisivas numa virada, por exemplo, e na formação de opinião. “Não consideramos que as mulheres sejam mais indecisas. Elas se decidem por quem melhor vai responder às suas necessidades”, acrescentou Jacira Melo, diretora do Instituto Patrícia Galvão.


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