Publicado 27 de abril de 2021 por PSDB Mulher Nacional
Após as polêmicas causadas na última semana pelo possível veto do presidente Jair Bolsonaro ao Projeto de Lei da Câmara (PLC) nº 130/2011, que combate a discriminação salarial de gênero e prevê multa para empresas que pagarem salários diferentes para homens e mulheres que exerçam a mesma função, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pediu à Presidência da República a devolução do projeto para a Casa.
De acordo com informações do portal de notícias G1, Lira argumentou que o texto, aprovado pela Câmara em 2011 e pelo Senado Federal no último dia 30 de março, sofreu alterações ao tramitar pelo Senado, e que, por isso, deveria retornar à Câmara antes de ser submetido à sanção presidencial. Ainda não há prazo para que a matéria volte a ser apreciada pelo plenário.
A deputada Dorinha Seabra (DEM-TO), da bancada feminina, explicou à Folha de S. Paulo que, ao perceber que o projeto poderia ser vetado pelo presidente Jair Bolsonaro, houve uma construção entre as deputadas para “preservar o projeto” e trazer o texto de volta à Casa.
O presidente da República recebeu diversas críticas ao comentar o projeto durante uma live realizada na última quinta-feira (22/4). Ele lançou a seus apoiadores uma “enquete” para decidir se sancionava ou não a proposta, alegando temer “que o pessoal não contrate, ou contrate menos mulheres”, o que tornaria a contratação de profissionais femininas “quase impossível”.
Bolsonaro afirmou ainda que seria “massacrado” caso vetasse o projeto. “Se eu sancionar, vamos ver como vai ser a mulher no mercado de trabalho no futuro”, disse.
A manifestação gerou uma resposta imediata da bancada feminina do Senado, que se mobilizou nas redes sociais em uma campanha pela sanção da proposta.
Senadoras de diversos partidos, entre elas a tucana Mara Gabrilli (PSDB-SP), postaram mensagens com a hashtag #PL130SancionaPresidente.
“Congresso aprova lei que multa empresas por diferença salarial entre homens e mulheres, mas Bolsonaro cogita vetar. Mulheres estão cansadas de falta de equidade. Não precisamos de um presidente para perpetuar desigualdades”, pontuou a tucana.

