Vendo o programa político do primeiro da campanha presidencial, considero que nós melhoramos sensivelmente o nível de nosso marketing em vista das últimas eleições. As propagandas do PSDB costumavam ser morosas e atingir apenas uma parcela da população: os jingles não animavam muito, as falas eram mornas, o apelo não abrangia o todo da população, e o resultado final era o malogro. Estou muito satisfeita com a virada que demos. O primeiro programa mostrou um Aécio empolgado, falando com vivacidade, o que foi visivelmente realçado pelas mudanças súbitas do enquadramento de câmera, o que confere um empolgante dinamismo. Soubemos usar perfeitamente o pouco tempo de que dispomos, e a continuar nessa toada certamente viraremos o jogo. Aécio tem o ímpeto de uma candidatura jovem, de um cara simpático, carismático e muito ativo, de fala ágil, o que se coaduna perfeitamente com o desejo do povo por mudança apontado nas últimas pesquisas. Há, no entanto, alguns vacilos que não podemos vir a dar ao longo da campanha: a democracia brasileira veio se consolidando muito nas últimas décadas, e a volatilidade do voto que havia no início se dissipou, o que indica que hoje o povo não alça um candidato ao poder apenas baseado na empolgação nem o destitui apenas devido a factoides, o que exige que realcemos as nossas propostas e não confiemos apenas no formato do programa e na candidatura. O formato é algo primordial, em que pecávamos nas últimas eleições. Resolvido isso, é só continuar com as propostas consistentes que sempre tivemos nas outras eleições e certamente venceremos. Em poucas palavras, é saber usar com maestria o pouco tempo de que dispomos, passando as propostas e aproveitando o aspecto cativante de Aécio. O PT, por outro lado, tenta mostrar Dilma como a grande mãe protetora, vítima da crise externa e dos ataques “sem coração” da parte dos adversários. Devemos desconstruir essa imagem e mostrar ao povo que estão tentando ludibriá-lo, encobrindo o desempenho pífio da atual administração petista. Por outro lado temos Marina, que não podemos atacar frontalmente, pois dependemos do apoio de seu eleitorado no segundo turno, mas que se revela uma adversária de peso na disputa pela vaga no segundo turno. Ela, sem dúvida, contará com o aspecto emocional da perda de Eduardo Campos. A campanha, por parte de todos, está rumando para um caminho de forte apelo emocional, por vezes mais forte do que o apelo à razão. Devemos ir com cautela em relação a Marina. A estratégia é não atacá-la abertamente, mas mostrar que temos propostas mais sólidas. O alvo dos ataques diretos é Dilma, e isso fará com que o pleito seja levado ao segundo turno, e quanto a Marina, como a substituição da candidatura de Eduardo se dará de forma muito corrida e atabalhoada, teremos a vantagem de que Aécio já tem todas as propostas,em todo o programa, na “ponta da língua”. Devemos realçar que Aécio está mais pronto que Marina, o que o empurrará ao segundo turno, e, sem atacar frontalmente Marina no primeiro turno, contaremos, no segundo turno, com uma parcela significativa do eleitorado de Marina que hostiliza Dilma. Com muita atenção, muito cálculo, mesmo, talento, competência, garra, preparo e a simpatia, o carisma, a empolgação de Aécio, e mostrando a solidez de nossas propostas: é assim que venceremos esse jogo!
*Dell Santos é coordenadora de Eventos do Secretariado Municipal de Mulheres PSDB-SP e diretora de Eventos Estadual do Tucanafro PSDB-SP.





