“Vivências culturais nas periferias da cidade de São Paulo”, por Martha Raquel Alves Leitão!

30 de novembro de 2015 0

 

martha leitão

Quando em 2010 retornei ao Projeto FESPSP de Teatro, engajei-me, durante cerca de um ano, na ação cultural “Teatro e Cidadania nos Quatro Cantos da Cidade”, notadamente realizada em CEUs nas periferias da cidade de São Paulo.

Exerci atividades que incluíam produção cultural, vivência teatral e educação informal, com dois eventos: a apresentação de peça teatral e a roda de conversas.

Nestas ocasiões, comungavamos da presença da comunidade, de alunos da rede pública municipal de ensino e de coletivos de cultura.

Frequentemente, fui abordada com pedidos de participação: como participar, quando retornaríamos? Em muitas destas ocasiões, os coletivos de cultura locais manifestavam-se, acolhendo interessados em projetos culturais da periferia.

Ou seja, existe cultura na periferia. Mas existem inúmeros desafios. A começar pela bilheteria que, em regra, não há.

Em que pese alguns coletivos de cultura tenham presença em CEUs e nas Casas de Cultura, em praças e em ruas, o dia a dia de fazer cultura na periferia ocorre na própria comunidade, em sedes próprias ou alugadas, geralmente compartilhadas por mais de um coletivo de cultura.

Não havendo bilheteria, alguns caminhos possíveis são fomento e terceiro setor. A cultura periférica, altamente adepta da autogestionariedade, demanda fomento.

Tem-se a inequívoca compreensão em relação a diversos direitos humanos. A cultura é direito humano. Assim, assegurar o direito humano à cultura através de leis de fomento às periferias mostra-se como um caminho necessário em políticas públicas.

Martha Raquel Alves Leitão, 31 anos, é ativista em direitos humanos, advogada, filiada ao PSDB.


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