Muito se tem falado, nos últimos tempos, de problemas estruturais do nosso país, cuja origem remonta a décadas, séculos de gestão ineficiente e descompromissada. A sociedade brasileira está mais madura, mais esclarecida que há décadas, embora muitos minorem o raciocínio contestador das novas gerações e entoem cânticos saudosos em relação à juventude engajada da época da ditadura. Que se frise que a era da informática em muito unificou nossos jovens, fazendo com que informações sejam mais facilmente partilhadas e isso, inegavelmente, despertou angústias e anseios há muito adormecidos numa névoa de acomodação, numa atmosfera letárgica e entorpecida pela qual, infelizmente, o nosso país muitas vezes é conhecido pelo mundo afora. Remonta à época de Oscarito e Grande Otelo bailando com Dercy Gonçalves nas grandes festas do Copacabana Palace aquela imagem de que no Brasil falta tudo, o povo é pobre, sofre muito mas o que não falt a é felicidade, porque somos a terra do batuque, da alegria, do alto astral. Com todo o respeito aos primórdios hilários do nosso cinema, cinema esse que também amadureceu em muito, hoje, após inúmeras manifestações ocorridas durante uma pequena copa cuja função é de ante-sala para a Copa do Mundo, nossa população passou a ser vista com mais respeito pelos olhos do mundo inteiro. O brasileiro passa a ser considerado menos resignado e mais desperto, como nossos vizinhos argentinos, que ao menor pretexto preparam seus panelaços em praças públicas.
É inegável que o país vem evoluindo nos últimos tempos, pois estamos num processo de amadurecimento de nossa democracia, que ainda engatinha. Desde Fernando Henrique conseguimos estabilizar a moeda, “arrumar a casa” economicamente, o que agora não parece tão seguro, e rumar para um destino mais promissor. Nosso país se cansou de ser a nação do futuro e nossa população está cada vez mais ansiosa para q u e tal futuro se torne presente, a ponto de achar inadmissível que se prorrogue ainda mais esse tão desejável futuro.
E o papel da mulher em toda essa história? Simples: há muito não somos mais as subordinadas, as Amélias que esperam por seus maridos com soluções financeiras para a família, as donas de casa que só vêem a novela, ignorando os acontecimentos sociais, econômicos, políticos. A mulher passou à ativa, tomou a dianteira de muitos processos e chegou a inverter algumas máximas até então cristalizadas em nossa sociedade. Diferentes correntes ideológicas se embateram ao longo do tempo, cada uma defendendo um lado, mas nenhuma delas, nem o marxismo, nem o liberalismo, nem o keynesianismo ou o protecionismo pós 1929, nem a nova esquerda européia, insisto, nenhuma dessas correntes focou muito atentamente questões menos econômicas e nem por isso menos fundamentais, como a exaustão dos recursos naturais, o desmatamento das florestas mundo afora, a exclusão dos deficientes físicos, os direitos das minorias étnicas a uma vida em paz, como os tibeta nos que nunca conseguem a paz com os chineses, o respeito aos homossexuais.
O país está mais maduro e está saindo da dormência em que por muitos anos se encontrou. Isso é fato. As ruas clamam por novidade. As pessoas já não admitem o ódio, o repúdio, o preconceito, e atitudes extremistas, rançosas passam a ser vista como, no mínimo, indesejáveis, rechaçáveis. Nós, mulheres, conquistamos a lei Maria da Penha. É pouco, ainda. Precisamos de paridade em termos de reconhecimento e de remuneração no trabalho. Precisamos ter a oportunidade de conduzir o mundo politicamente, administrativamente, intelectualmente. As mulheres têm que passar à frente dos holofotes, ganhar a mesma fama que os homens têm no mundo da literatura, da música, das artes, da ciência, de tudo! E por que isso ainda não ocorreu? Temos todos a mesma capacidade, homens e mulheres, brancos e negros, jovens e velhos, e por aí vai! Apenas não nos impomos mais porque existe preconceito, existe o tratamento desigual, existe aquela idéia, mesmo que velada, de que entre um homem e uma mulher igualmente capazes a empresa deve contratar o homem. Amigas, temos que entender que o primeiro passo para dinamitar todo e qualquer preconceito existente na sociedade é dinamitando o próprio preconceito que existe dentro de nós! Enquanto nós mesmos (as) não acharmos que somos igualmente capazes, ninguém achará! Como diz o ditado: quem não se valoriza não será valorizado. O brasileiro está começando a se dar o devido valor. Mas é apenas o começo de uma longa marcha, na qual devemos seguir com amor, fé, esperança e determinação sem limites! Grande abraço a todos, e que essa mensagem ajude todos a ter um ótimo dia, uma ótima semana de luta, de trabalho e de felicidades!
Dell Santos
COORDENADORA DE EVENTOS DO SECRETARIADO MUNICIPAL DE MULHERES – PSDB – SP
Muito boa sua explanação.Sintetiza parte dos sentimentos de uma nação reprimida pelo excesso de passividade e seu despertar após o cansaço de anos sem posicionamento.
Brilhante ,,acho tambem que falta oportunidades para as pessoas disputarem os espaços de trabalho com igualdade de competição.E o que precisa e que os politicos e a politica passem por uma reforma urgente,pois os cargos politicos sao hereditarios forçadamente,e quem manda sao os partidos .politicos e nao a vontade do povo.Sucesso sempre.
Texto bem coerente com a nossa realidade, precisamos de pessoas compromissadas com a sociedade e não apenas promessas antes das eleições.
Muito nobre, mas para os homens, esta igualdade no que se refere as mulheres também significa que : nós trabalharmos e eles cuidam da casa, nós pagarmos pensão alimentícia a eles e assim vai. A meu ver, essa igualdade só é válida para favorecê-los ainda mais….ficaram mais folgados do que já eram !!! Politicamente, servimos para mobilizar a massa porque as mulheres são mais organizadas, mas nossa mobilização é sempre em prol “deles”, nunca para levantar uma de nós !!!!
Excelente texto muito bem elaborado retratando a realidade brasileira.
Texto coerente, excelente e muito bem elaborado!. Ótimo! Sim, realmente precisamos de pessoas de compromissadas com a sociedade e fazer valer a igualdade. Tornar mais concreta e real, fazer valer de verdade as leis e os valores do cidadão Brasileiro. Para que então, podermos gritar bem alto em ritmo de festa como eh a cultura deste pais, alegre e receptivo, mas que funciona. Que eh um pais serio!!!
Texto coerente, excelente e muito bem elaborado!. Ótimo! Sim, realmente precisamos de pessoas de compromissadas com a sociedade e fazer valer a igualdade. Tornar mais concreta e real, fazer valer de verdade as leis e os valores do cidadão Brasileiro.
Muito bom o texto.
parabéns pelo texto.o politico tem que andar com o povo,ouvir mais a população ter compromisso com as pessoas.
Texto objetivo, claro e atual onde denota uma sociedade ávida de dias melhores. Del, parabéns! Admiro seu contínuo crescimento como mãe, mulher e cidadã brasileira.
O artigo de nossa querida Dell, é muito claro e direto. Uma sociedade que almeja um futuro maduro e promissor, necessita romper barreiras que a prendem a conceitos antigos e ultrapassados.
Necessita que a mulher, assuma seu lugar de direito e dever, com total paridade com o homem, colaborando diretamente para a construção de um futuro promissor.
Parabéns….estou muito feliz em conhecer uma pessoa que esta lutando pelos nossos direitos..um orgulho para nós mulher….
Bacana ver que existe mulheres, como a Dell Santos, que pense dessa maneira…que exponha claramente que não podemos mais ficar parados quando o país inteiro clama por movimento, acertos e construção de um país melhor. Parabéns Dell.